2016 - Um Ano cheio de TUDO!

  Se 2015 foi um ano de aprendizagens, 2016 foi um ano de provações e de vitórias. Foi um ano cheio de obstáculos e com dias maus pelo meio, mas também foi o ano em que mais me superei a mim mesmo.
  Janeiro, Fevereiro e Março foram meses bons. Meses em que trabalhei imenso tanto a nível académico como noutros projetos extra-curriculares. Consegui manter tudo estável na minha vida e, apesar do cansaço, manter-me feliz perante todas as adversidades que, inevitavelmente, foram surgindo. Se há meses em que consegui fazer tudo e, mesmo assim, manter o meu equilíbrio mental foram estes três primeiros meses.
  Eis que, entretanto, chegámos a Abril. Abril não foi um mês fácil. Foi um mês de muito stress. Foi um mês em que me senti cansado e desgastado várias vezes. Foi um mês cheio de trabalho, sobretudo no que toca aos projetos extra-curriculares. Tantos ensaios, tantas reuniões. tantas horas de trabalho investidas em atividades, tantas noites mal dormidas por causa dos nervos, tantos dias passados à base de cafeína, em que o cérebro se sentia cansado e nem conseguia apreender tudo!
  Mas, se Abril foi o que foi, Maio então... Nem vale a pena falar!! Estudar que nem um louco por causa de tudo aquilo que ficou para trás em Abril. Tratar dos projetos pendentes. Pensar em tudo o que se avizinhava depois de Maio... Aí sim, a ansiedade tomou conta de mim. Chegava a casa e pensava "como é que eu vou conseguir? como é que eu vou conseguir aguentar tanta coisa?". E pensava nisto, cansava-me a pensar nisto, sentia-me sem forças muitas vezes, mas lutava. Lutava com as forças que me restavam porque tinha de estudar, porque tinha coisas para tratar, porque tinha ensaios, porque tinha projetos, porque tinha pessoas que precisavam de mim. Senti-me tantas vezes sem vontade de sair de casa. Tantas vezes me perguntei "Afinal de contas, porque é que continuo a lutar em coisas tão mínimas?"! Sabia bem quais eram os meus objetivos últimos e para esses eu continuei sempre a trabalhar, mas houve alturas em que questionei porque é que eu me dedicava a isto, porque é que eu ainda tentava fazer aquilo... Muitas vezes, não sabia o que responder a mim mesmo, mas sabia que tinha de continuar. Tinha de continuar porque eu sou assim. Não dou o braço a torcer. Não choro à frente dos outros. Detesto mostrar as minhas fraquezas. Sou exigente comigo mesmo em tudo e mais alguma coisa.
  De repente, era Junho e, no meio daquele turbilhão de emoções, as aulas tinham acabado. Faltavam apenas os exames, mas o meu estado de exaustão era tão mas tão grande... Obviamente, não desisti. Não me dei por convencido. Fiz o que pude. Não dei o meu melhor porque não tinha forças, mas fiz tudo aquilo que podia fazer dada a minha situação nessa altura. Fui e fiz. Fiz e acabei. Acabei e disse adeus ao meu Secundário. Acabei-o feliz porque consegui superar-me a mim mesmo ao longo dele... porque consegui fazer o que queria e muito mais. Porque tinha valido a pena, apesar dos dias em que as dores de cabeça nem me deixavam perceber como deve ser o que é que os outros diziam. Isso sim, encheu-me o coração. Fiquei felicíssimo ao olhar para trás e ver: eu consegui fazer tudo isto! Consegui fazer nestes meses aquilo que nunca, mas nunca, tinha conseguido fazer. Superei-me a mim mesmo. Olhei para mim e pensei-me "Eu fui um herói. Fui um herói porque consegui. Porque valeu a pena insistir. Valeu a pena passar tantas noites a rebolar na cama sem dormir como devia ser!".
  Pensava eu que as férias vinham aí e que tudo seria pacífico. Iria ajudar o meu pai no trabalho e aproveitar algumas semanas para mim mesmo... Mas nem tudo foram rosas no Verão! A minha irmã e o meu pai chatearam-se e eu no meio da confusão... A tentar fazer ali um jogo de equilíbrio. Entretanto, eu desejava ardentemente passar uma semana em Lisboa e não consegui. Não só por causa do trabalho, mas, essencialmente, porque continuava a ter inúmeros ensaios da Filarmónica e tinha (e tenho) responsabilidades para com a CUME.
  No entanto, ainda pensei 3 dias em Bragança com a minha irmã e estive na Escola de Verão da ESEC durante uma semana, em Coimbra. Não foi muito, não, mas nós temos de saber apreciar os pequenos momentos e oportunidades que a vida nos dá. Nem sempre temos direito a tudo do bom e do melhor, certo? Às vezes, as pequenas coisas valem ouro!
  Por isso, o objetivo essencial e primário das minhas férias foi encontrar paz de espírito. Alcançar a ataraxia e consegui. Passei muitos dias a trabalhar e, claro que, no trabalho, me sentia cansado e era obrigado a fazer coisas que nem sempre me agradavam. No entanto, chegava a casa e lia, lia e lia. Ou lia ou via filmes ou pensava na vida enquanto escutava música. Quando tinha dias livres, ia ao rio com as pessoas que me faziam sentir bem. Com as pessoas que me diziam que o melhor da vida era ter energia positiva, era esquecer os dramas dos outros e lutar pelo que queremos. Foi isso que fiz: encontrei a minha quietude. Acalmei a minha alma, afastando-me de tudo aquilo que me prejudicava e enfraquecia. Fortaleci-a com bons amigos e com bons momentos.
  No meio disto tudo, ainda tive o autêntico trauma de tirar a carta de condução. Se, para alguns, tirar a carta é algo facílimo, para mim, não o foi. Nem todas as aulas correram bem. Muitas vezes senti-me stressado, senti que não conseguia dominar tudo, que nunca conduziria como deveria ser. Depois do meu 1º exame de condução, no qual, infelizmente, chumbei, fiz o 2º exame e consegui. Custou, mas consegui. Mostrei a mim mesmo que conseguia! Porém, mesmo depois de ter a carta na mão, tive muitas dificuldades. Tenho, aliás, ainda muitas dificuldades. A maior parte dessas dificuldades têm a ver com as manobras, mas não só... Agora já me sinto mais tranquilo, mas sei que passei por uma experiência muito complicada ao longo das minhas aulas de condução e que isso influenciou a minha postura em relação ao ato de conduzir. Sei que hei de melhorar e, se não for hoje, é amanhã. Pressas que as leve o vento! Antes prevenir do que remediar. Ir praticando, mas sem medos de errar. Ter calma, mas não medo.
  Entretanto, em Setembro, vivi um dos momentos mais felizes da minha vida quando recebi um e-mail a dizer que tinha entrado no curso de Línguas Modernas na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra. Foi o momento em que TUDO fez sentido! Senti-me tão eufórico, tão feliz... Foi nesse dia que vi todo o meu futuro à minha frente. Foi nesse dia que me imaginei nos corredores daquela faculdade, a estudar aquilo que tanto me apaixona. Foi nesse dia que soube que os sonhos se tornam realidade, mas, para que tal aconteça, é preciso suar muito. É preciso chorar. É preciso abicar de muita coisa, mas "tudo vale a pena quando a alma não é pequena"!
   No entanto, Setembro e Outubro foram meses de stress e de ansiedade. Mesmo estando em Coimbra, uma cidade que é próxima da vila onde cresci, nem tudo foi fácil. Senti muitas vezes que não percebia o funcionamento da Faculdade, senti-me, mesmo nos primeiros dias, a stressar só de ouvir os professores a darem matéria, sentia-me desconfortável na minha nova casa, sentia que não conhecia ninguém... Entretanto, as coisas foram mudando. Foram acalmando. Fui-me habituando ao mundo de Coimbra. Entreguei-me a uma nova vida e disse: " Eu consigo porque até agora consegui sempre!" e assim me reergui daqueles dias de ansiedade.
  Novembro e Dezembro foram meses mais calmos, meses em que me senti melhor em Coimbra, em que senti que criei boas amizades. Gostei das minhas aulas, no geral, e estudei para as minhas cadeiras, como tenho feito nos últimos dias, uma vez que os exames estão aí à porta...
  Acabei 2016 cansado, sim... Tenho passado dias e dias em casa a estudar, a dedicar-me às cadeiras da Faculdade e não tenho tido muito tempo para mim. No entanto, apesar de estar cansado, sei que estou a trabalhar para tornar os meus sonhos realizados. Estou a lutar pelo meu futuro. Luto por mim e sei que não estou sozinho na caminhada. E é a todos aqueles que me acompanham que tenho de agradecer... São eles que contribuem para quem eu sou. Eles aturam-me, eles amam-me e eu sinto-me amado e é tão bom acabar o ano assim, não é? Acabar o ano cheio de amor no coração. Amor pelo que sou, amor pelo que faço e amor pelos que me rodeiam.
  2017 não vai ser perfeito porque nenhum ano o é, mas vai ser, certamente, um ano diferente. Espero que conquiste tantas coisas como conquistei em 2016 e que saiba sempre manter a minha alma tranquila e imperturbável!

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