Um brinde às novas experiências
Olá a todos! Decidi vir escrever hoje, porque este foi um dia muito importante para mim. Hoje, dia 1 de junho, o grupo de teatro da associação CUME (à qual pertenço) fez a apresentação da peça ''Peter Pan'' escrita pela nossa encenadora (Áurea Vila Nova). Assim, os meninos mais pequenos das escolas do concelho de Arganil foram ver a nossa peça e eu decidi, portanto, contar-vos, aqui, a minha experiência enquanto ator desta peça.
Não sei se as pessoas que estão a ler este meu texto já fizeram teatro ou se estão habituados a estar em público... Caso a resposta seja ''sim'', então identificar-se-ão com alguns aspetos que eu irei contar. Nesta peça, eu interpreto o papel do Capitão Gancho. Sem querer estar a falar muito da minha personagem, só quero referir que esta é extremamente cómica, altiva e vaidosa, razão pela qual me deu muito gosto interpretar o Capitão Gancho. O Capitão Gancho tem muito de mim, sobretudo por causa das suas piadas e brincadeiras, que são um eu levado ao extremo. Por isso, posso já começar por dizer que fiquei com a melhor personagem de sempre! Aliás, a personagem foi feita à minha medida.
Depois de já ter falado da minha personagem, vou então partilhar as minhas experiências convosco. Fazer teatro não é pêra doce. Estamos expostos. Estamos mudados. Estamos irreconhecíveis. Temos mesmo de ser outros. Temos mesmo de mudar a nossa capa e a nossa maneira de ser para entrarmos numa outra personagem, numa outra dimensão. Acho que isso é, simplesmente, mágico! Sair de quem nós somos, da nossa realidade, nem sempre é fácil, mas é gratificante. Somos um novo ser, sem sequer termos mudado. Somos uma pessoa diferente. Com gostos diferentes. Reações diferentes. Problemas diferentes. Aliás, em palco, não há problemas. Somos só nós transformados num outro.
Entrar em palco mata sempre uma pessoa. Por mais vezes que entremos ( e atenção que hoje fizemos 3 sessões de teatro! ), os nervos nunca nos deixam. São a nossa companhia, juntamente com a adrenalina. Mostram-nos que temos um papel muito importante nas nossas mãos: passar a mensagem ao público, despertar emoções nele, sentir que conseguimos cativar. É esse o objetivo do teatro. É exteriorizar os nossos sentimentos. É fazer com que os outros esqueçam que têm problemas fora daquele espaço. Os espectadores têm de estar connosco. Têm de se envolver na história sem terem de se mexer.
Sim, é mesmo assim que fazer teatro é. É mágico, inspirador, belíssimo, desafiante e tudo o que possam imaginar! Claro que, por ser algo tão bom, também é muito cansativo. Esgotamo-nos a nós mesmos. Arrancamos as cordas vocais. Suamos que nem uns perdidos. Choramos se for preciso. Chegamos aos bastidores e caímos no chão, mas mantemos a pose perante os outros. Teatro não é um mero entretém. Não é por acaso que teatro é uma arte. E ele merece ser preservada. Merece ser bem tratado. Merece um lugar de destaque. E não, teatro não existe para as pessoas enriquecerem os bolsos, mas sim a alma. Não só aqueles que representam e que trabalham na parte técnica para que tudo corra bem, mas também aqueles que veem o espetáculo. Aqueles que vão beber um pouco de cultura. Aqueles que vão alimentar a alma. Como é que se alimenta a alma? Com magia. Com fugas da realidade. Com bons momentos. Com experiências diferentes!
Para concluir, quero apenas dizer que adorei fazer parte desta experiência. Foi uma aventura completamente mágica para mim. Estou esgotado fisicamente, mas a minha alma está cheia. Preenchida. Teatro faz isto. Teatro completa-nos!
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