Burocracia, sentimentalismo barato e docência
Perdoem-me os professores que tiraram fotos com alunos e que mostraram as prendas que eles lhes ofereceram neste fim de ano. Perdoem-me porque, efetivamente, têm toda a razão em mostrarem-se felizes, tal como também eu fico de cada vez que tenho uma boa surpresa de um dos meus alunos. Lamento, no entanto, que seja raro isso acontecer. E lamento não vir escrever sobre isso.
Segundo ano a lecionar. Fiquei
colocado a dar Francês no final de agosto – YUPI! Apanhei seis turmas – e até
gostei bastante delas! – e direção de turma. Não vou comentar o trabalho
burocrático-mediador de Diretor de Turma para o qual não tenho paciência
absolutamente nenhuma – como se o Ministério da Educação estivesse remotamente
interessado naquilo que eu quero fazer. Porque, claramente, não está. Precisa
de professores – nem que sejam formados à pressa e para fazerem todo o tipo de
tarefas que se encontram nos antípodas da didática e da pedagogia.
Creio que quem ouve falar de
burocracia na comunicação social não percebe bem o que se passa nas escolas. Só
para terminar um período é preciso escrever uma ata, tirar relatórios de
avaliação da plataforma INOVAR (se eles por acaso se dignarem a sair!),
verificar duas e três vezes as pautas de avaliação, verificar as medidas de
suporte à inclusão e, claro, ter o privilégio de receber emails de pais
chateados com a nota final do seu filho.

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